Quem nunca ouviu o cantar da seriema Nas tardes calma e serena lá no meio do grotão Jamais sentiu no peito a alegria Em traduzir em poesias os encantos do sertão É deslumbrante o ressoar da cascata Seu ruído é serenata pra quem sente emoção Cigarra canta véu da noite vem descendo O sertão vai escurecendo, eleva a Deus uma oração
Carro de boi que vem de volta cansado Caminhando sossegado, cantando no estradão E o roceiro alegre em sua palhoça Olhando pra sua roça, sorri com satisfação Tudo é paz quando cessa os passarinhos Acomodados em seus ninhos, no silêncio uma canção O sertanejo canta para sua amada Com a alma enamorada versos cheios de paixão
Luar de prata cobre os vales verdejantes Com encantos cativantes, reflete no ribeirão Orvalho cai mansamente nas folhagens A lua entre as ramagens espalhando seu clarão Olhe seu moço, venha ver a natureza Cheio de graça e beleza, embalando meu sertão Vem ver a vida diferente da cidade Sem orgulho, sem vaidade, fonte da inspiração