Sonhamos ser como folhas Se desprendendo das árvores no outono Ser autônomos. Voar como aves Traga-me um par de óculos enquanto leio em voz alta Sinta o cheiro suave te envolvendo Enquanto o texto ganha corpo Palavra voa como um sopro Vira a corrente te prendendo Mire o olhar na estante Retire um livro e descubra uma passagem secreta No mesmo instante Num ambiente repleto de víboras Venenos e plantas carnívoras Nada é tão fácil quanto parece Só lhe resta o curto espaço pra última prece Um garoto te apresenta sua nova morada e desaparece Acena em sinal de adeus e tudo escurece Tudo escurece
Aqui fora a história continua Vai lua vem sol, vai sol vem lua Isso mais parece dança Divertido enquanto se é criança Mesmo lugar e seu frequentador assíduo
Inverdades mais sólidas que absolutas verdades Deixando se levar e acumulando vaidades Astúcia, casta nobre e sobrenome Recrutado pelo mal infame Confundindo os inimigos Com o mesmo efeito para os amigos Sentimentos reprimidos ajudam o opressor a oprimir Corações que se envolvem comprimir E o impulso de fazer o que é certo reprimir Nada é o que aparenta ser Intenção escondida na sombra do ser O amor é cego, mas não é mudo E sussurra ao pé do ouvido Na entrega... Entrega o segredo e o livro Pronto! Uma pasta a menos no arquivo A dança o levou onde não queria estar Mesmo destino do seu genitor Agora não dá mais pra voltar
Aqui fora a história continua Vai lua vem sol, vai sol vem lua Isso mais parece dança Divertido enquanto se é criança Mesmo lugar e seu frequentador assíduo