Mas quando eu fecho os olhos, você chega até aqui... Me olha e sorri. Sem pressa, sem disfarce, Aproveitando o imenso prazer de não estar sozinho.
É tão frio e essa coberta que não é capaz de esquentar meus pés. Sonho, acordo, é madrugada, e meu amigo espelho indaga: O que é? Não entendo e não encontro as defesas pra dizer como eu sou. Só espero que você, silêncio, não me dia que não me amou.
Mas quando eu fecho os olhos, você chega até aqui... Me olha e sorri. Sem pressa, sem disfarce. Aproveitando o imenso prazer de não estar sozinho.
Um degrau, é mais um povo embaixo da vontade de ser feliz. Tua história é tão verdade quanto o livro que não sabe o que diz. Dou a volta, eu me recordo, teu calor diante do meu olhar. Esqueci que essa promessa só me interessa enquanto eu chorar. É mentira, eu recoloco as peças, te procuro, ali não estás. Peito aberto, esta conversa, eu garanto é só pra te explicar. Que eu, em ti sou, borboleta nua, transparente que se escondeu. E eu sem ti, sou carne humana, displicente, ardente que não viveu.
Mas quando eu fecho os olhos, você chega até aqui... Me olha e sorri. Sem pressa, sem disfarce, Aproveitando o imenso prazer de não estar sozinho.
Sem escudos, sem as máscaras, eu te permito me machucar. Eu me entrego ao travesseiro e ao perfume antigo que vai passar. Sim, sou lágrima que escorre quando se boceja pra ir dormir Sem propósito, sem horas, sem medalhas, é preciso cair. A mim, é pouco o teu conforto, é triste reclamar por tua atenção. Desculpe, a pobre, equivocada ânsia de viver por teu coração.
Mas quando eu fecho os olhos, você chega até aqui. Me olha e sorri. Sem pressa, sem disfarce, Aproveitando o imenso prazer de não estar sozinho. De não estar só... só.