Vinha parando rodeio costeando a ponta do mato de pingo alçado no freio lanhado à unha de gato chapéu meio desabado de esvoaçar pelos atalhos e o pala véio esfiapado soltando a franja nos galhos quando pego o sol dormindo de riba dos meus arreio o dia por caborteiro na paleta eu esporeio.
Sou um campeiro do Rio Grande vivo entre a terra e o céu moro dentro do meu poncho debaixo do meu chapéu moro dentro do meu poncho debaixo do meu chapéu.
Pois a casco de cavalo faço o tempo escorrer a tinta tirando sebo do mato à grito e à berro de trinta o índio tem que ser rude para aguentar o tirão e por mais que o tempo mude não muda a lida do peão nisso refuga o sinuelo um aspa trota sozinho e o meu cusco companheiro sai pegando no focinho.
Sou um campeiro do Rio Grande vivo entre a terra e o céu moro dentro do meu poncho debaixo do meu chapéu moro dentro do meu poncho debaixo do meu chapéu.
Levo a ponta despacito prá cruzar o rio à nado que a tropa na correnteza forceja prá o outro lado a tropa se vai bufando com o focinho de fora e eu empurrando a culatra só de sombreiro e espora quando pego o sol dormindo de riba dos meus arreio o dia por caborteiro na paleta eu esporeio.
Sou um campeiro do Rio Grande vivo entre a terra e o céu moro dentro do meu poncho debaixo do meu chapéu moro dentro do meu poncho debaixo do meu chapéu.
Composição: João Sampaio, Volmir Dutra, Walter Morais