Por secar a água do gelo Por negar o escuro a luz Por querer ser mais ligeiro Que um corisco andaluz
Por flertar com o sete capas Por velar televisão Se despiu de cangaceiro Se revelou cavalo do cão
Cavalo do cão, cavalo do cão Desandou-se no sertão Cavalo do cão, cavalo do cão O cavaleiro solidão Cavalo do cão, cavalo do cão Um retirante do sertão Do raio da silibrina Só restou cavalo do cão
Por cortar cabelo a faca Por rasgar garganta à mão Por negar a terra um filho Por roubar do próprio irmão
Por saber de alguns segredos Do cangaço no sertão Do raio da silibrina Se tornou o capitão
Cavalo do cão, cavalo do cão Desandou-se no sertão Cavalo do cão, cavalo do cão O cavaleiro solidão Cavalo do cão, Cavalo do cão Um retirante do sertão Do raio da silibrina Só restou cavalo do cão
Já de longe muitas léguas Amargura o seu penar Antes forte sertanejo Hoje fraco e sem pensar
Se embrenhando na caatinga Rasga o peito e cai ao chão Sem gibão nem algibeiras Lá se foi cavalo do cão
Cavalo do cão, cavalo do cão Desandou-se no sertão Cavalo do cão, cavalo do cão O cavaleiro solidão Cavalo do cão, cavalo do cão Um retirante do sertão Do raio da silibrina Só restou cavalo do cão