Eu nunca afrouxei a perna pra potro que corcoveia me criei montando em pêlo surrando só nas orelhas e quando o matilho roda é que a coisa fica feia sou ligeirito, no mas sou destes que não se enleia.
Numa parte de mangueira tanto a pé como a cavalo na saída de algum brete sempre botei meu pealo e quando a prosa é demais que eu ouço muito e me calo me deito em altas da noite me acordo ao cantar do galo.
Quando faço um alambrado que espicho bem o arame se escapa o esticador o tombo é que é mais infame se danço mal no fandango não me importa que reclame em namoro de cozinha só me paro no baldrame.
Se me meto na carpeta pra jogar, não jogo pouco se for preciso até brigo mas não entrego o meu troco o jogo é coisa do diabo e eu sou burro quando empaca já levantei de uma mesa com dez cartas na guaiaca.
Meu serviço é coisa bruta que não serve pra doutor nem pra estes da gola fina metido à conquistador vivo lavorando à boi pisando no meu suor levantando alguma vaca no fundo de um corredor.
Fui criado meio xucro um pobre peão de estância meio curtido de estrada de tanto encurtar distância respeitando minha estampa no amor pela querência sou feito de pau à pique com o Rio Grande na consciência com o Rio Grande na consciência com o Rio Grande na consciência.
Composição: José Cláudio Machado, José Theodoro Dos Santos Jr