Isso não é historinha daqueles livros de contos de fadas Muito menos uma longa e engraçada piada É a vida que levaram João e Maria Ao saírem do interior da Bahia Para uma vida em São Paulo melhor encontrar E deixar aquela louca rotina pra lá Trabalhavam na roça, viviam na fossa Comendo o pão que o diabo amassou Porque lá o trabalho é sobre a terra e a renda Quem trabalha nessas terras são pessoas sofridas E todo mundo na Bahia tem a vida dela Como mostra na TV, o seriado e novela O que vemos na TV diariamente Em muitos casos porém a coisa é bem diferente O que passa nela própria nem sempre é a verdade Ela traz a informação e junto a falsidade Quem mostraria a vida de dois nordestinos Como João e Maria quando eram meninos? Que em São Paulo então levam uma vida de cão Com as esperanças que tinham foram para um buraco Numa favela paulistana conquistaram um barraco E agora a questão como João se sente? Será que viverão felizes para sempre? Quem saberia lhes dizer? Quem saberia? A pobre situação de João e Maria Refrão:Oh, oh, não Eu não pensava em sofrer assim Meu Deus do céu o que será de mim? Infelizmente vivem num puta barraco zoado E pela elite idiota eles são humilhados Escravizados pelo sistema como nós Não deixam a gente falar nem querem ouvir nossa voz Humilde trabalhador é o pobre João Segura qualquer bico pois não tem profissão Peão de obra, faxineiro, até encanador Profissões bem pesadas que ninguém dá valor Sem um trabalho fichado em sua carteira lembranças do estudo uma triste carreira Preenchia as fichas, não passava no teste Nada mais dava certo, eta cabra da peste Força de vontade não faltava nesses momentos Depois o dia triste cheio de sofrimentos E Maria então mulher trabalhadora Na mão esquerda a pá e na direita a vassoura Mas uma dona-de-casa que luta pelos direitos Mas só por ser mulher sofre o preconceito Pra vida de João uma alegria Daria ao marido a companheira Maria Cabia a ela então alimentar-se por dois Faltava comida e o que veio depois Sete meses se passaram de gravidez Mas pela fisionomia pareciam só três Vários desmaios e sempre passando mal Maria urgentemente foi levada ao hospital E a desgraça de carona veio com o bebê Logo depois do parto acabava de morrer E junto a ele foram as esperanças de João Achando que em São Paulo seria um campeão Com a vida honesta ele não soube ser firme Então se entregou para a vida do crime Sofrimento doloroso e uma grande agonia Mais uma maldição sobre essa gente caía Refrão João revoltado acabava de perder seu filho Como se uma estrela perdesse seu brilho Assassinatos e assaltos cometiam o rapaz Que teve a vida dura, dura até demais Um tipo estranho de lavagem cerebral De humilde e gentil passou a ser bem brutal Assaltava várias lojas, sempre estava armado Já tinha para o banco um esquema bolado Pessoas que como ele sofreram no passado Junto a ele estava com o bando formado Entraram no banco disfarçadamente Se passando por pessoas que já eram clientes Todos no banco já cheiravam a desconfiança E num piscar de olhos dominaram a segurança Mas a polícia o prédio todo já estava cercando Invadindo de repente e em seguida atirando Em cima de João e seus colegas de crime Que também foram atingidos por diversos calibres E Maria em casa soube da notícia Que bandidos foram mortos pela ação da polícia Ao assaltarem o banco houve um tiroteio Mas ela não sabia que João estava no meio Estirado no chão com toda a sua gang Estragos no seu corpo, várias manchas de sangue Até depois de mortos foram maltratados Agredidos e jogados todos amontoados Pobre Maria está no vácuo da solidão Perdeu primeiro seu filho. agora João Lembrava da fazenda de toda aquela área E do seu povo lutando pela reforma agrária Porque essa vida que levavam o governo tem culpa Com seu sistema otário e suas leis injustas Mas esse é o sistema. já estava ciente E assim viveu ela e feliz Dara sempre (bis) I Refrão