Na capital de São Paulo numa noite de São João Eu fui cantar na mansão de um rico fazendeiro Quando eu entrei na casa só via gente importante Em cima de uma estante eu avistei um cinzeiro Era um casco de boi transformado em tesouro Todo machetado a ouro e brilhante verdadeiro
Passei a noite cantando e festa estava animada Só no fim da madrugada que a viola emudeceu Os convidados partiram, vinha rompendo a aurora Mas antes de ir embora cumprir o destino meu De tanta curiosidade perguntei ao fazendeiro A origem do cinzeiro, ele assim me respondeu
Esse cinzeiro é o casco de um famoso boi preto Da boiada que em Barretos há muito tempo estourou Um garotinho inocente que sozinho estava brincando Esse boi chegou bufando, na sua frente parou Talvez guiado por Deus com as guampas aguçadas Foi rebatendo a boiada e o menino ele salvou
O pai daquele menino na mesma hora comprou O boi preto que salvou o seu filho na avenida Quando o boi morreu de febre ele foi no joalheiro Do casco fez o cinzeiro, sua joia mais querida Eu sou aquele menino, meu velho pai já se foi Esse casco é do boi que salvou a minha vida
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Jesus Belmiro Mariano (Jesus Belmiro), Jose Plinio Trasferetti (Paraiso) ECAD: Obra #70147 Fonograma #28126