Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assolear meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro... O João Maria me avisou de lá do povo “Conta comigo pra tropear pra um saladeiro”
E assim será, Porque haverá de ser assim a vida de um peão Changueando a lida vida afora sem buscar razão Nem me interessam outro moldes se não for assim E viverá Porque viver sendo changueiro é tudo o que aprendeu Sabe que as preces nada valem pra quem é ateu Nem catecismos pra quem não tem fé
Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assolear meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro... O João Maria me avisou de lá do povo “Conta comigo pra tropear pra um saladeiro”
Vou madrugar Passar na venda, encher a mala de garupa e sair Galope alegre rumo ao rancho pra fazer sorrir Minha chinoca e os piazitos que esperando estão E vou ficar Dois ou três dias para matar esta saudade enfim Juntar as garras e partir, pois tem que ser assim Meu rancho é o mundo e as estradas... se nasci peão
Quando acabarem-se as esquilas Pra onde irei, pra onde irei? Talvez changuear para juntar mais alguns pilas Que sempre gasto mais depressa que ganhei Vou assolear meu poncho velho Fiel parceiro, fiel parceiro... O João Maria me avisou de lá do povo “Conta comigo pra tropear pra um saladeiro”
E então irei Mas uma vez, pingo de tiro pelo corredor A repisar meu próprio rastro, sempre campeador E auroras novas que iluminam o pago de onde vim E cantarei Meu canto alerta, terra e fogo, changueador também Com a certeza que na vida nada nem ninguém, Há de domar o potro xucro que escarceia em mim
Compositor: Adair Rubim de Freitas (Adair de Freitas) ECAD: Obra #1663885 Fonograma #1116607