Adair de Freitas
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Quando Tropear é Um Ofício

Adair de Freitas


A tropa vai ao tranco estrada à fora
fareja o próprio rastro sem saber
que a morte desde "onteonte" faz negaça
e os caminhos que hoje passa
nunca mais irá volver.
O berro, a poeira, o grito dos tropeiros
se perdem na amplidão desses confins
e aos poucos me dou conta que o destino
da tropa e do tropeiro é o mesmo enfim.

REFRÃO:
Criado desde piá pelas estâncias
a magia das distâncias
eu sonhava decifrar.
Rumbeando a estrada livre dos tiatinos
encontrei no meu destino
este ofício de tropear.
Sou parte destes berros, desta poeira
destes gritos, vida inteira
na culatra ou no fiador,
fascínio da sonata de um cincerro
que escutei por trás dos cerros
num sem fim de corredor.

Quem traz dentro da alma este xucrismo
de andar buscando a luz dos horizontes
forjado no rigor da dura lida
sabe que a sede de vida
semata na própria fonte.
Não teme o sol que abrasa os corredores
ou o frio de uma garoa galopeada
assim é o homem livre dos caminhos
que um dia, por querer, se fez estrada.

REFRÃO.....................................................

Compositor: Adair Rubim de Freitas (Adair de Freitas)
ECAD: Obra #1663934

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