Afrika Gumbe
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A Língua de Darcy

Afrika Gumbe

Meu Refrão Inquieto


A língua de Darcy
Anda solta e destemperada
São palavras novas
Que fogem, ganhando calçada

Perdeu-se o melhor do conto
O ponto final da estória
Em casa de marca-barbante
É tempo perdido, é luta sem glória
E o livro é sem sentido

O silêncio manda concentração
O estudo manda tempo
O respeito custa
O amor demora

Porque tolo não tolera tolo
Coco não madura coco
E iguais não se reconhecem

Mas daí a perder a medida certa
De ciência, elegância e do bonito
Perde-se a razão, com certeza
Do recado justo e bem dito

Guerreiros dos embates milenares
Fidalgos sabem de coisas intoleráveis
Que habitam velhas profundezas

Ao desafiado cabe a escolha das armas
Mouros e judeus se banham no mar morno do Nordeste
No coração sem religião
Cabem todas as fés, todos os amores

Faca sem ponta, dedo sem unha, prato sem mesa
É colar sem conta, mulher sem seda
Maré sem onda, porco sem banha, vaca sem teta
É colar sem conta, mulher sem seda

Compositores: Marcelo de Campos Lobato, Marcos de Campos Lobato (Marcos Lobato)
ECAD: Obra #4003744 Fonograma #1824688

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