A Bastilha
Chove a cântaros sobre o cupido
Da praça da Bastilha
Andamos sob um céu cinzento
Perfurado por milhares de agulhas
Chove a cântaros sobre o cupido
As nuvens pesadas demais cedem
As águas para as pessoas de Paris
Pelo anjo nu em sua pilastra
Ao horizonte de nossas janelas
Nada mais se move, nada mais vive
Como Paris parece desaparecer
Diluída nas águas da chuva
Ao horizonte o céu desaba
O anjo gotejante toma forma
Gostariamos de nos amar para sempre
Sob a chuva que não tem fim
Ainda chove sobre o cupido
Da praça da Bastilha
Beber chá toda a tarde
Nesses domingos de camomila
Chove a cântaros sobre o cupido
Quem acreditaria que um pouco de água
Faria fugir as pessoas de Paris
Deixando o anjo tão só e tão alto
Ao horizonte de nossas janelas
Nada mais se move, nada mais vive
Como Paris parece desaparecer
Diluída nas águas da chuva
Ao horizonte o céu desaba
O anjo gotejante toma forma
Gostariamos de nos amar para sempre
Sob a chuva que não tem fim
hum hu hu hum hu hu hum
Chove perpetuamente sobre o cupido
Da praça da Bastilha
Deitamo-nos antes da meia-noite
Em lençõis quentes que espalhamos
Chove perpetuamente sobre o cupido
Deixamos as refeições de família
O anjo gotejante na noite
Estende suas asas sobre a Bastilha
La Bastille
Il pleut des cordes sur le génie
De la place de la Bastille
Nous marchons sous un ciel gris
Percé par des milliers d’aiguilles
Il pleut des cordes sur le génie
Les nuages trop lourds s’abandonnent
De l’eau pour les gens de Paris
Pour l’ange nu sur la colonne
A l’horizon de nos fenêtres
Plus rien ne bouge, plus rien ne vit
Comme Paris semble disparaître
Dilué dans de l’eau de pluie
A l’horizon le ciel défait
L’ange ruisselant se dessine
On voudrait s’aimer à jamais
Sous cette pluie que rien ne termine
Il pleut des cordes sur le génie
De la place de la Bastille
Boire du thé tout l’après-midi
De ces dimanches de camomille
Il pleut des cordes sur le génie
Qui aurait cru que si peu d’eau
Ferait fuir les gens de Paris
Laissant l’ange trop seul et trop haut
A l’horizon de nos fenêtres
Plus rien ne bouge, plus rien ne vit
Comme Paris semble disparaître
Dilué dans de l’eau de pluie
A l’horizon le ciel défait
L’ange ruisselant se dessine
On voudrait s’aimer à jamais
Sous cette pluie que rien ne termine
Il pleut des cordes sur le génie
De la place de la Bastille
Nous nous couchons avant minuit
Dans des draps chauds qu’on éparpille
Il pleut des cordes sur le génie
On sort des repas de famille
L’ange ruisselant dans la nuit
Déploie ses ailes sur la Bastille
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