Tarde mansa de garoa Que apeava galopeada Paciência, faca boa E capricho na lonqueada
Foi assim que ganhou vida "bajo" a quincha do galpão Desabrochando pra lida por conta da precisão Distinta das outras flores Que nascem pra serem belas Com suas formas e cores no calor da primavera
[recitado] Exalando aromas tantos Pelas canhadas do pago Trazendo alegria aos campos Ou em jardins bem cuidados Toda flor carrega um ciclo Murcha, seca e cai no chão Mas o teu é bem distinto Pouca importa a estação
Não vai provar sarandeios Presa a uma "trançita" atada Pois nasceu pra dar costeio A cada golpe ou sentada Tampouco será "miminho" Pra alguma china faceira Desconhecerá o carinho Por ser "flor da pescoceira"
Sei que deve sentir ciúme Das margaridas e rosas Por não ter graça e perfume Nem aparência mimosa Mas mostra força e rudeza Em cada tirão que escora Flor bruta por natureza Que não faz parte da flora
Em seu galho não tem pua Feito o galho da roseira Trança bruta Que por crua, talvez dure a vida inteira Foi bem sovada ao rigor É de couro Flor bagual Guapeando mostra o valor Junto ao corpo do buçal
Compositores: Alexsander de Oliveira Har (Alex Har), Paulo Ozorio Cardoso Lemes da Silva (Paulo Ozorio Lemes) ECAD: Obra #15189396