Amaraí e Morisbel
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Operário, Vida, Viola

Amaraí e Morisbel


Levanto escuro, calço as botinas
Beijo os meninos e vou trabalhar
Pego o transporte lotado de gente
Ai que vontade ardente de logo acertar

Os treze pontos que arrisquei na quina
Ou então a quina que eu também tentei
Pobre do pobre só vive de sonho e
Eu ponho fé no jogo que joguei
Pobre do pobre só vive de sonho e
Eu ponho fé no jogo que joguei

Fim de semana
A ilusão de poder descansar
Faço meu vale e passo no buteco
E tomo um treco pra me enganar

Das minhas mágoas e das minhas dores
Destes rancores que a gente tem
Da vida dura que se vai levando e
Tapeando neste vai e vem
Da vida dura que se vai levando e
Tapeando neste vai e vem

No meu barraco está faltando tudo
Como é miúdo o salário meu
Igual um pinto apertado no ovo
Vive este povo só de fé em Deus

Mas se a tristeza vem e me amola
Pego a viola e canto uma canção
Eu tenho a nega e os meus meninos
Este é o destino deste cidadão

Pego a viola e canto pros amigos
Falam comigo, você vai vencer
Mas não preciso nem gravar um disco eu
Já sou artista por sobreviver
Mas não preciso nem gravar um disco eu
Já sou artista por sobreviver

Compositor: Antonio Victor Dias Filho (Antonio Victor)
ECAD: Obra #21886 Fonograma #834626

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