O som da rua não pondera, não consente, vem com tudo, nunca mente, se apropria do lugar. O som da rua me enlouquece, me arrasa, me acompanha pela casa diz que não vai me largar. Invade mesmo com a janela fechada, se debate na parede volta sempre a incomodar. É dia-a-dia, é ano a ano, sem engano, vem bem calmo, vem insano, vem sem dó rasgando o ar.
O som da rua que não tem meio-termo, quebra prato, quebra nervo, logo volta a voar. Refrão Vem da Lagoa, do marulho da praia, do mergulho da arraia, vem do canto popular.
Corta a orelha, pinta tudo de amarelo, é abelha, é chinelo, vem na mente ruminar. É ratoeira, é bebedeira, é sem beira, é som de lixo na lixeira, é cheiro ruim a impregnar. É roubalheira, é armação de todo jeito, não tem torto nem direito, a multidão sai pra vaiar. E não importa se é ouvido, poluído, se não faz qualquer sentido, sei que nunca vai parar.