António Zambujo
Página inicial > A > António Zambujo > Poema Dos Olhos da Amada

Poema Dos Olhos da Amada

António Zambujo


Oh, minha amada,
Que olhos os teus:
São cais nocturnos
Cheios de adeus,
São docas mansas
Trilhando luzes
Que brilham longe,
Longe nos breus.

Oh, minha amada,
Que olhos os teus!
Quanto mistério
Nos olhos teus;
Quantos saveiros,
Quantos navios,
Quantos naufrágios
Nos olhos teus.

Oh, minha amada,
Que olhos os teus!
Se Deus houvera,
Fizera-os Deus;
Pois, não os fizera
Quem não soubera
Que há muitas eras
Nos olhos teus.

Ah, minha amada
De olhos ateus:
Cria a esperança
Nos olhos meus
De verem um dia
O olhar mendigo
Da poesia
Nos olhos teus.

Compositores: Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes (Vinicius de Moraes), Paulo Valente Soledade (Paulo Soledade)
ECAD: Obra #22974 Fonograma #13915024

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a António Zambujo no Vagalume.FM
ESTAÇÕES
ARTISTAS RELACIONADOS