Se fecho os olhos ainda me sinto como antes
Antes quando o olhar era profundo
Nossa fala nĂŁo como gomo de fruta cĂtrica
Antes quando os olhos eram apenas arcos
Mas tempo passa e a gente muda
E onde havia mar hoje nem aquĂĄrio
E ternos abraços em vestidos
Nem no armĂĄrio
VocĂȘ, vocĂȘ, vocĂȘ
Estrangeiro em mim
Se fecho os olhos ainda me sinto como antes
Antes quando o olhar era profundo
Nossa fala nĂŁo como gomo de fruta cĂtrica
Antes quando os olhos eram apenas arcos
Mas tempo passa e a gente muda
E onde havia mar hoje nem naufrĂĄgio
E ternos abraços em vestidos
Nem no armĂĄrio
E tĂŁo triste sentir o seu verso esdrĂșxulo, nĂŁo mais idĂlico
Laços evitando em serem nós
E o meu ventre que aprendeu a ser ventrĂloquo
E tĂŁo triste sentir sua lĂngua revelando outras linguagens
O seu peso nĂŁo afastando os meus pesares
Tatos nĂŁo mais como tatuagem
Mas tempo passa e a gente se cansa
De ser lança na lua cheia de dragão
E o nosso sol se expÔe na solidão
VocĂȘ, vocĂȘ, vocĂȘ
Estrangeiro em mim