me dá licença que eu estou chegando eu sou lá do Rio Grande terra hospitaleira sou chucro da querência mas bueno de prosa se houver churrasco e trova e passo a noite inteira sou forasteiro mas me dou ao luxo de ser um bom gaúcho e nunca fazer feio se quer me ver contente é me deixar cantar sapatear a chula e laçar num rodeio
acho bonito um baile de galpão levantar poeira do chão num xote afigurado usar bombacha e tomar chimarrão e horar a tradição do meu Rio Grande amado
sou afamado nos bailes de rancho e mesmo de carancho sou bem recebido se pego numa gaita e começo a tocar eu sei como deixar um baile divertido se houver encrenca e venha pro meu lado tô sempre preparado e não fujo da raia já fiz muito valente sair porta à fora escondendo as esporas num rabo de saia
meu coração é como esse Rio Grande aberto para todos que quiserem entrar porém se alguma china me fizer proposta lhe dou logo a resposta pra não se enganar não me demoro aqui por estes pagos não sou acostumado longe do rincão mas se quiser garupa o meu cavalo agüenta e vai de contrabando lá pro meu galpão
Compositor: Joao Miguel Marques de Medeiros (Joel Marques) ECAD: Obra #579773 Fonograma #1185564