Num saco de estopa com embira amarrado Eu trago guardado a minha paixão Uma bota velha, chapéu cor de ouro Bainha de couro e um velho facão Tenho um par de espora, um arreio e um laço Um punhal de aço e rabo de tatu Tenho uma guaiaca ainda perfeita Caprichada e feita só de couro cru
Do lampião quebrado, só resta o pavio Pra lembrar do frio eu também guardei Um pelego branco que perdeu o pêlo Apesar do zelo com que eu cuidei Também o cachimbo de canudo longo Quantos pernilongos com ele espantei Um estribo esquerdo, que guardei com jeito Porque o direito na cerca eu quebrei
A nota fiscal já toda amarela Da primeira sela que eu mesmo comprei Lá em Soledade na Casa da Cinta Duzentos e trinta, na hora eu paguei Também o recibo já todo amassado Primeiro ordenado que eu faturei É a minha traia num saco fechado Num canto encostado, que eu sempre guardei
Pra mim representa um belo passado Da lida de gado que eu tanto gostei Assim enfrentando um trabalho duro E fiz o futuro sem violar a lei O saco é relíquia com seus apetrechos Não vendo e não deixo ninguém pôr a mão Nos trancos da vida aguentei o taco E o ouro do saco é recordação
por nelson de campos
Compositores: Jose Caetano Erba (Caetano Erba) (SICAM), Jose Plinio Trasferetti (Paraiso) (UBC)Editor: Latino Editora Musical Ltda. (UBC)Administração: Warner Chappell Edicoes Musicais Ltda (UBC)Publicado em 1983 (01/Fev)ECAD verificado obra #32251 e fonograma #4748 em 09/Abr/2024 com dados da UBEM