Se aquela promessa eu tivesse negado Se aquele conselho tivesse escutado Talvez estaria no aperto gostoso dos braços de minha querida Iaiá É tanta saudade que aperta meu peito, a lágrima insiste na hora em que deito Eu vim pra cidade fugindo de um mundo que é bem pequeno mas é meu lugar Ô ô, Iaiá
Um preá muquiado com alho de trança, um chapéu de couro pro sol nas andanças Um pote de barro com água de bica, uma rede de fita pra nós dois deitar O zinar do grilo, a rã cantadeira, um chamego ao xaxado no pé de uma fogueira São pequenas coisas que a cidade grande não tem, nem promete e jamais terá Ô ô, Iaiá
Do feijão sobra a vagem, do milho o sabugo E de mim a certeza de um dia voltar Pro sertão e pro abraço gostoso de minha Iaiá
Para vê-la sorrir, para vê-la cantar E a poeira subir, quando agente dançar E se a lua surgir e a poeira baixar Em seus braços cair, que é pra gente se amar Ô ô, Iaiá
Levanto cedo e então, sigo para a construção Sonho acordado em meio tiroteios, buzinas e poluição Vejo a luz do sol surgindo, passarinhos cantando hinos E a estrela D’Alva aos poucos some sobre o azul do céu Iaiá toda arrumada com sua saia rodada Vai cantando pela estrada versos doces feito mel Ô ô, Iaiá
Saio do emprego, estação, volto pra casa, e então Conto o dinheiro, ainda compro a passagem, que é pra voltar pro sertão Luz do sol já vai sumindo Faço prece ao Deus menino Por mais um dia de luta, pelo dia que virá Como um pão com café preto E então logo que deito Minha mente busca em sonho o rosto de minha Iaiá Ô ô, Iaiá
Do feijão sobra a vagem, do milho o sabugo E de mim a certeza de um dia voltar Pro sertão e pro abraço gostoso de minha Iaiá
Para vê-la sorrir, para vê-la cantar E a poeira subir, quando agente dançar E se a lua surgir e a poeira baixar Em seus braços cair, que é pra gente se amar Ô ô, Iaiá
Luz do sol já vai sumindo Faço prece ao Deus menino Por mais um dia de luta, pelo dia que virá
Compositor: Moises Pereira do Nascimento (Mohzah Nascimento) ECAD: Obra #1832116 Fonograma #1392524