Quando minha mãe partiu, não gosto nem de pensar. Fiquei sem leite materno e sem seu seios pra mamar. A natureza é bondosa, Deus em primeiro lugar. E justo naquele dia, a cabritinha deu cria. Pra minha vida salvar.
Seu leite forte e quentinho em boa hora chegava. Quando cresci mais um pouco até quem via invejava. Meu pai me vendo robusto já nem não se preocupava. E na cocheira de lado, junto dela eu deitado. Na sua teta mamava.
Meu pai com nóis pequeninos sofreu tanto que nem sei. Fazia papel de mãe, de rainha e de rei. O tempo assim foi passando, pois tudo passa, pensei. Quando nóis tava crescido, então meu pai decidido. Resorveu casá outra vez.
No dia do aniversário daquela nossa madrasta. O meu pai pisou na bola, que atitude tão ingrata. Matou minha cabritinha que estava velha e pacata. O meu pai virou carrasco, fez da cabrita churrasco. Pra comer naquela data.
Saí de casa chorando e só voltei de tardinha. Não almocei nem jantei com dó da minha amiguinha. Meu pai matou meu tesouro, pois era tudo que eu tinha. Minha cabrita querida, ela que me deu a vida. Quando eu perdi mamãezinha.
By Euzebio Alves
Compositores: Jose Caetano Erba (Caetano Erba), Antonio Borges de Alvarenga (Cacique), Nilton Ramos da Costa ECAD: Obra #2112298 Fonograma #3149230