Eu nasci numa data feliz Sem meu pai foi que eu me criei Quinze anos de idade eu já tinha Quando o grupo escolar eu deixei
Trabalhando na lida pesada Minha mãe viúva sustentei Enfrentando as misérias da vida Fui lutando e nunca reclamei O destino é traçado por Deus E na luta da vida nunca fracassei
Me ajustei numa comitiva Fui ganhando só trinta por mês Viajamos lá pra Mato Grosso Pra fazenda do seu Martinez
Meu patrão lá comprou uma boiada Setecentos zebus javanês Na contagem o mestiço Fumaça Escapou no meio de três Joguei o meu laço de rodilha Lacei bem no chifre, as orelhas salvei
Fazendeiro ficou admirado Me falou: - faça isto outra vez E mandou soltar um pantaneiro Nesta hora o meu laço aprontei
Quando o bicho pulou na mangueira Atrás dele também eu pulei Pra mostrar que sou guapo na lida Foi de pealo que o boi eu lacei Pantaneiro rolou na poeira Segurei nas guampas e o laço eu tirei
Esta minha natureza Não tem frio e nem calor No mato sou ventania No jardim sou um beija-flor No campo sou cobra verde Na viola cantador Dentro da água sou um dourado E no laço sou laçador
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Joao Aparecido Rodrigues (Eduardo), Antonio Borges de Alvarenga (Cacique) ECAD: Obra #60460 Fonograma #2553601