Feito pássaro, feito música, - Uma forma qualquer de ser livre e voar - Onde os temporais, onde a estupidez Não me quebrem as asas, nem tirem meu canto do ar.
Feito árvores, feito pétalas, Florescer pelos campos, caminhos em qualquer lugar. Menos, súdito, menos, máquina, Ser sem dono não ter que cumprir, nem que comandar.
Poder um dia Ver meu filho beijando o futuro nos olhos da manhã; E a alegria Se abrindo nas flores cheirando a jasmins e maçã. Só não queria Esses olhos de medo e, na boca, um gosto de verão; Só não queria Essa chaga no peito, esses cravos nos pés e nas mãos.
Ah! Pudesse um dia Feito ave, ir ao céu, sair do chão. Ave ventania Eu varria da mente da gente essa escuridão
Hoje eu me vejo deserto, Pensamento em desvario, Coração atado, mãos vazias; Minhas palavras já não fazem mais sentido, Fui homem. Hoje, cavaleiro, herói vencido, - Anjo caído - De braços abertos, feito cruz, Enquanto Judas e Pilatos se banham em luz.
Compositor: Joao Candido dos Santos Rodrigues (Candinho) ECAD: Obra #1778092 Fonograma #477341