Buçal, maneador maneia Rédeas de couro ensebadas Relíquias que são cuidadas Que nem troféus cintilantes
E o gancham altar gigante Que as conservam penduradas E é como um ritual sagrado Que as contemplam todo instante
Tomara que a natureza Tenha força pra vencer Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Conservo um galpão de palha Num quintal arborizado E um palanque bem cravado Simbolizando a estância
Nas flores sinto a fragrância Quando mateio cedinho E o canto dos passarinhos Fazem recordar minha infância
Tomara que a natureza Tenha força pra vencer Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Quantos anos se passaram Depois que vim pra cidade Quase morro de saudade Quando a tarde vem caindo
Quando o Sol vai se sumindo Do gado ouço o berreiro E os instintos de um campeiro Aos poucos vão se extinguindo
Tomara que a natureza Tenha força pra vencer Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Me sento junto a lareira E atiço o fogo de chão Com mate canha e violão Vou afogando meu pranto
Nesta milonga que canto Olhando o fogo crescer E rezando pra não morrer O que ainda resta do campo
Tomara que a natureza Tenha força pra vencer Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Mesmo com todo o progresso Não deixe o campo morrer
Compositores: Carlos Eichner Rodrigues (Carlinhos do Pala Branco) (ABRAMUS), Paulo Cesar Tavares Martins (Querencia) (ABRAMUS)Publicado em 2010 (08/Abr) e lançado em 1996 (01/Set)ECAD verificado obra #5974270 e fonograma #1717377 em 23/Mai/2024 com dados da UBEM