Carlos Gardel

Amargura (tradução)

Carlos Gardel

Gardel Canta


Me persegue implacável


sua boca que ria

à espreita de minhas insônias

essa lembrança cruel

meus próprios olhos viram

como ela lhe oferecia

o beijo de seus lábios

vermelhos como um cravo


Um vento de loucura

atravessou minha mente

desfeita de amargura

eu quis me vingar

minhas mãos se encresparam

meu peito as conteve

sua boca que ria

eu não pude matar


Foi seu amor de um dia com

toda minha fortuna,

conte minha alegria

aos campos e a lua.


Por a querer tanto,

por confiar nela

hoje há em meu rastro

somente pranto e dor.

doente e abatido

minha velha ferida sangra,

bebamos outro trago

que eu quero esquecer.


Pois estas penosas atiradeiras

de amor e desengano,

são como as ervas daninha

difíceis de arrancar


do fundo de minha taça

sua imagem me obceca

és como uma condenação

seu riso sempre igual

superficial e bárbara

sua boca me entrelaça,

se esquivas até a morte

a egoísta no cristal.



Amargura


Me persigue implacable

su boca que reia,

acecha mis insomnios

ese recuerdo cruel

mis propios ojos vieron

como ella le ofrecia

el beso de sus labios

rojos como un clavel.


Un viento de locura

atraveso mi mente

deshecho de amargura

yo me quise vengar

mis manos se crispaban

mi pecho las contuvo

su boca que reia

yo no pude matar.



Fue su amor de un dia

toda mi fortuna

conte mi alegria

a los campos y a la luna


Por quererla tanto,

por confiar en ella

hoy hay en mi huella

solo llanto y mi dolor.


Doliente y abatido

mi vieja herida sangra

bebamos otro trago

que yo quiero olvidar

pero estas penas hondas

de amor y desengaño

como las yerbas malas

son duras de arrancar


Del fondo de mi copa

su imagen me obsesiona

es como una condena (1)

su risa siempre igual,

coqueta y despiadada

su boca me encadena

se burla hasta la muerte

la ingrata en el cristal.

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