Mostraram-me um dia na roça dançando Mestiça formosa de olhar azougado Um lenço de cores nos seios cruzado Nos lobos das orelhas pingentes de prata Que viva a mulata por ela o feitor Diziam que andava perdido de amor Diziam que andava perdido de amor
E em torno dez léguas da vasta fazenda Ao vê-la sorriam gentis amadores E aos ditos galantes de finos amores Abrindo seus lábios de viva escarlata Sorria a mulata por quem o feitor Nutria quimeras e sonhos de amor Nutria quimeras e sonhos de amor
Um pobre mascate que em noite de lua Cantava modinhas lundus magoados Amando a faceira dos olhos rasgados Ousou confessar-lhe com voz timorata Amaste ó mulata e o triste feitor Chorava nas sombras perdido de amor Chorava nas sombras perdido de amor
Um dia encontraram na escura senzala O catre da bela mucamba vazio Embalde recortam pirogas o rio Embalde procuram nas sombras da mata Fugira a mulata e o pobre feitor Se foi definhando perdido de amor Se foi definhando perdido de amor
mudei: recortam, pois recordam não faz sentido aqui e está no original do autor: Gonçalves Crespo
mudei: vazio, o catre...vazio, masculino
Compositor: João Portaro e Gonçalves Crespo - adaptação: Roberto Riberti