Nos rincões da minha querência arrabaleira conforme a vontade Me serve um mate pampa minha nesta vidinha que me destes Antes que embeste a novilhada pra o mundo alheio das porteiras Saúdo a poeira destas crinas que me arrocinam sujeitando
E da garupa do cavalo faço um regalo à ventania Que na poesia destas léguas tomo por rédeas e conselhos Chamo no freio a coisa braba, o tempo é feio, mas que importa Quando se engorda na invernada não falta nada, pra quem baba De focinho levantado e mais curioso
A fim de ir pra estância do passo Na direção de casa costeando o arvoredo O meu desespero porfia co´a tropa Fazendo o que gosta ao sul de mim mesmo
E todo bem que havia maneado ao destino Divide caminho co´a rês que amadrinha O rio que eu não via mimando de sede A minha saudade
Na função dos meus afazeres rememorados conforme a manada Vou ressabiando afeito a fadiga às horas mingas de sossego talvez melhore durante a sesteada sou por demais igual à campanha Tamanha a alma de horizontes ali defronte os cinamomos
Já não habita a teimosia atropelando o meu rodeio Quando me agüento no forcejo pra erguer no laço os caídos Não me lastimo nem receio, vou pelo meio do sinuelo Tocando mansos os mais ariscos só pelo vício de por quartos Cuidar do gado rondando o baio que amanunseio!
Compositor: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes) ECAD: Obra #191049 Fonograma #870948