O sertão mandou seus sinais de Sos Porém suas preces ninguém escutou E o dragão voraz da insensatez Destruiu de vez o que Deus criou
Sob um sol de fogo rios morrem de sede E os peixes se afogam na poluição Onde os animais faziam o seu trilho A mãe natureza viu morrer seu filho Que um dia o poeta chamou de sertão
Antes de morrer chorando o sertão Implorou perdão pelo que não fez Enfrentou a luta, mas perdeu a guerra E a segunda cruz foi fincada na terra E Jesus chorou pela segunda vez
Na fumaça negra ao sabor do vento O veneno lento que a terra cuspiu Deixou em ruínas a mãe natureza E a alma sertaneja para o céu fugiu
O cruel descaso das autoridades A lei da maldade condenou Jesus Ao voltar chorando ao triste cenário Nova via sacra e novo calvário Carregando o peso de uma nova cruz
O ar poluído envenenou a terra Qual bomba de guerra da estupidez Um bando de judas frio e traiçoeiro Cego na ganância, louco por dinheiro Traiu a Jesus pela terceira vez
De joelho no chão pedi fielmente Deus Onipotente, me mande uma luz Para desvendar o significado Do grande mistério da quarta cruz
Em minha consciência Deus me respondeu A quarta cruz é a cruz da minha insônia Com a motosserra da ingratidão O homem matará por pura ambição A fonte da vida que é a Amazônia
Lágrimas de sangue do rosto de Deus Caíram dos céus inundando a terra Vendo o próprio homem imitar Jesus Carregando o peso da última cruz Na extinção da vida do planeta Terra
Compositores: Miguel Aparecido Costa (Miguel Costa), Francisco Emilio Rodrigues, Antonio Pereira de Souza (Pantanal) ECAD: Obra #11120522