Acalanto da Saudade
Num pátio simples de chão batido
A minha infancia ficou no tempo
Na casa pobre onde eu fazia
Quinquilharias para brincar
Num violĂŁozinho de quatro cordas
Que eu dedilhava pro sabiá
E numa cordeona desafinada
Única herança dos ancestrais
Na sombra fresca de uma parreira
Todos os domingos, ainda me lembro
Ligava o rádio em ondas curtas
E começava a acompanhar
Milongas, valsas, xotes, rancheiras
Mas me agradavam os chamamés
Sonhava um dia em poder também
No mesmo rádio me ouvir cantar
E Ă© por isso que hoje eu canto
Este chamamé, acalanto da saudade do Itacheré
Hoje em cordas afinadas, já não mais guri
// Vou levando a vida e ganhando dela o que eu pedi //
Meu canto Ă© simples, vem da fronteira
Tem na lembrança algum Sapucai
Traz na saudade o cantar dos galos
E as correntezas do Uruguai
NĂŁo tem porteiras pelo caminho
Só nostalgias de um tempo atrás
Onde eu deixava num violĂŁozinho
O sonho antigo de sĂł cantar
Compositor: Francisco Carlos Trindade Saratti (Chico Saratt)
ECAD: Obra #442834 Fonograma #1771170Ouça estações relacionadas a Chico Saratt no Vagalume.FM