Esses campeiros que todo dia Encilham baios em comunhões Deixam na terra marcas de casco Andejam campos nas serrações Batendo a marca pelas estradas Onde se perdem imensidões Buscam na fonte de água boa Matar a sede dessas paixões
Só mesmo o tempo que apaga sonhos E mostra à vida suas razões Trascem a pressa, sem que se peça Um sonho novo aos corações E quando a lida lhes cobra força Sentam suas garras, em redomões Ranchando bastos, a campo fora Gastam esporas pelos fundões
Esses campeiros que todo dia Trocam suas vidas por ilusões Floreando baios, gastando esporas Merecem mais, que simples canções
Amontam potros, baguais, ventenas Honrando a força dos seus garrões E se sustentam no tirador Soltando armada nas marcações E cai a tarde por entre os cerros Maragateando as amplidões E cevam mates de erva buena Contam histórias pelos galpões
E lembram versos e cantorias Na parceria dos violões As mãos campeiras semeiam notas Por entre as primas e os bordões A mesma noite que traz os medos E os segredos de assombrações Acende estrelas e olhos lindos Brilhando tantas constelações
Compositores: Cristiano Pedra Quevedo (Cristiano Quevedo), Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira) ECAD: Obra #455249 Fonograma #1717411