Novas que chegam do front Atravessam os mares Mesmo que eu não lhes conte Amanhecem nos bares Várias águas de uma só fonte Já tomaram os ares Marcham sobre uma só ponte E não há quem os pare
Elegem canções Usam blusões São uns milhões De pessoas ímpares Se acham tão singulares Não há quem se equipare!
Compram os novos magazines Em bancas de revista O que talvez lhes ensine A moda vanguardista Fazem seus próprios fanzines Mas reproduzem as listas Talvez tudo lhes fascine Por serem elitistas
Frios como gelo Pintam o cabelo São o modelo Das pessoas ímpares Em Londres, 'in' Paris Se acham tão notáveis!
E na madrugada A tal vanguarda Se conchava Põe-se em guarda Contra a invasão nacional
A nova tendência europeia Coisas do Velho Mundo Tomou o Rio e a pauliceia E pela porta do fundo Chutaram nossa geleia Produto vagabundo Nossa arte não tem ideia O Novo é oriundo
Com o que era 'beat' Já fizeram 'kitch' Pra que a gente imite As pessoas ímpares Fórmulas infalíveis São forças imbatíveis!
E após a guarda A pós-vanguarda Aposta em nada E apostulada Posiciona-se universal
Toda a cidade é um só gueto Patrulhas e escolta Soa a sirene do medo Estão a sua volta Boca que abrem no espeto O grito nunca solta Muitos que hoje usam preto Ontem foram 'Travoltas'
Tribo nação Pobre imposição Não são o que são As pessoas ímpares Não! Enxergam o simples São! São usadas por interesses!