Conexão do Morro
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Vida Suburbana

Conexão do Morro


Caminhando pelo gueto eu necessito de um auxilio, passei pela viela e escutei, pa pa pa pum pa, tiros, rajadas, choro de mãe desesperada, e uns malucos no carango com uma nove na mão, caralho ai fudeu. vida suburbana retrato do brasil, vida suburbana quem te viu quem te vê bacana, vida suburbana retrato do brasil, e essa é a nossa vida suburbana, vida suburbana retrato do brasil, vida suburbana quem te viu quem te vê bacana, vida suburbana cheio da grana.
Tiros e mais tiros foram dados naquela esquina, todos entram para a casa e rezam [pois essa é a nossa cina], cinco e meia da tarde esta chovendo muito forte, mas a chuva não impede que aconteça mais uma morte, depois que a chuva parou e sai fora o cachorrão me avisou, esta vendo aquela renca de gente, estou vendo foi quando de repente eu me liguei, minha cabeça funcionou eu me lembrei daqueles tiros que escutei, mas e ai foi dessa vez, foi um patrício que devia, um abraço hoje foi o seu dia, é mano a vida suburbana é assim, falou de mais um abraço, temos que dormir com um olho aberto e o outro fechado, ou então os dois se fecham para sempre, morro do piolho, caralho que quebrada quente, a febre das drogas dominam as favelas, até a policia que se diz ser um órgão competente, eu já vi na quebrada atrás de uma peteca afim de da um shiiiiii, eles recebem benemérito, por mortes de pessoas a te mesmo inocentes a policia leva o titulo de órgão competente, temos evidencia que eles são o senhores violência, por tua carapuça esta lançada, olha aqueles manos ali estão trocando porrada, vamos separar aquela briga, parou a confusão um sai dizendo ta fudido vou lá buscar o meu canhão, o outro simplesmente foi pra casa, raspou um pouco ai ficou preparado, o locke não veio é um comedia otário, depois os dois se trombaram o mano começou a falar, então bandido cadê o oitão, “ta me tirando” um abraço sem perdão, o mano foi no enterro do locke, descarregou uma glock no troxa dentro do caixão e essa é a nossa vida suburbana
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E acontece o pior pesadelo urbano, ontem só pra varia morreu mais um fulano, pesadelo urbano, em que tiros, metralhadoras, em tiros disparados, aqui ninguém num vê nada, ninguém viu, ninguém escuta nada, mulheres reclamam da violência do bairro em que vivem, reclamam da miséria, mas o que fazer mesmo que trabalham dobrado, seu dia nunca é compensado, pobre miseráveis vão morrer na periferia muitos roubam pra sobreviver, assim sempre foi, assim sempre vai ser, a violência só tende crescer, antes de morrer quis se arrepender, pois eu cachorrão nasci aqui se o meu destino for esse, aqui eu vou morrer não devo nada pra ninguém, eu saio eu entro aonde eu quero, sempre fui respeitado levo tudo a serio, aqui minha pessoa é considerada, morro do pilho não é brincadeira é bom abrir o olho, a maioria se fudendo a vida inteira, não posso vacilar minha imagem pode queimar o tempo-po-po, pode até fechar a vida suburbana à violência vem como seqüência se todos pensassem tivessem inteligência puta que pariu a verdade é essa
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Compositores: David dos Santos Sobreira, Jorge Rodrigues Ferreira (Cobra)
ECAD: Obra #27032119 Fonograma #569348

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