Há um sorriso num rosto perdido na areia E esse teu desgosto é o que me incendeia Me faz perceber o quanto eu te quero bem Mas você renega e nega o meu amor também Eu já não posso mais dizer que tudo é flor Nem depois da primavera alheia, nem depois do sol Eu já não quero mais mostrar o caminho Quero só me tornar teu maior medo e teu melhor carinho Cravos da Índia não acalmam tempestades E hoje, só hoje, eu e você somos amigos Mas se o dia virar uma noite qualquer você vai receber Todo o teu amor de volta pra dentro de si E a vida inteira magoa, magoa e transforma toda a solidão em forma de amor Lúcido Em forma de amor crucial, em forma de amor Pois todo o passado agora vem à tona Cubro-me do frio, me protejo na calda desse teu cabelo de lona Rasgo teus planos de prato e o resto do tempo demora pra existir Se todo o sonho no mundo for como o meu, improvável penumbra branda No cotovelo lambido, uma rude esfera alcança os meus pulmões Rasgam teus versos, tuas prosas, teoremas, teorias e aquelas explicações Não há mais grama capaz nem fugaz de sumir de todo o assentado Porque os caminhos da vida caminham no mundo de lado, cortei dobrado Atalhei, plantei, brotei, mastiguei, degolei e fumei toda a escuridão E ultimamente eu venho andando nas orças do zombo da oposição Sinceramente, nem sentem mais pena de mim, que dirá sentirem de morte Os procotós tomateiros invadem terreiros e fogem da própria sorte Nas entranhas do destino, eu desde menino, criava um dromedário Consideraram agonia e a minha alegra marcou-se no calendário E eu sozinho vi, vivi e então me reparti todamente inteiro Quantas vezes eu sonhei, nunca mais desejei ser rei brasileiro | E3d A fuga é grande e eu sou tão gigante que nem quase encontro por onde ir E os desencantos parados no meio do nada sempre haverão de surgir Últimas dores no mundo, muitas sanguessugas voando, olhos azuis Adoradores no templo, amado acalento, mudança de atmosfera Onças que brilham no espaço, calor de um abraço, não há coincidência mera Sexos, beijos, as taras, desejos, sussurros que nos excitam Mãos a fiar, linha tênue a ser gasta e pessoas nos palpitando E assuntos vão faltar por mais que duas pessoas estiverem conversando Um grito hoje ecoa nesse peito tristonho e eu, sem nenhum tipo medo, apenas vou Nada mais me fará falta, tudo agora é suficiente mente brilhante Tudo agora é pesadelo, mas meu peso é tê-lo em meu caminhar e encontrar As libélulas, um dia, ainda caíram sobre os canais destilados E a música tocando, e o pássaro cantando e eu me perguntando Quem tem mais força? Quem tem mais força? Quem tem mais força? Quem tem mais força?