Ei, madrinha, eu já estou aqui! Vim beirando seis da tarde Antes de escurecer Trouxeram minhas bagagens Levaram meus caminhões E numa rua dupla Vieram dois corações cheios de luz Ei, madrinha, eu já estou aqui! Venha me buscar Antes que apareça a noite Vejo o sol se por e isso aumenta a minha lucidez Vou caminhar por estradas desconheço Madrinha, socorro mulher! Amada, socorro mulher! Ei, madrinha, eu já estou aqui! Inertes probabilidades De um sonho ser assim, tão real Por favor, livrai-me do bem Por favor, tira-me do mal E eu te agradeço por ter me desconhecido E eu te recebo com louvores mefistofélicos E você então me estende a palma da mão Para que eu me deite Para que as sobras do meu corpo Se derretam, se derretam Madrinha, socorro mulher! Amada, socorro mulher! Madrinha, socorro mulher! Amada, socorro mulher! Ei, madrinha, eu vou pra nunca mais! Não me deram atenção Nem mesmo um pedaço de qualquer coisa Sua roupa limpa continua fedendo Seus queijos mais brancos vão virar soro Rogam-te os achaques e as moléstias E os vocábulos de proliferação Fujam-te das dores dos adivinhadores Que previram a última das constelações Madrinha, socorro mulher! Amada, socorro mulher! Madrinha, socorro mulher! Amada, socorro mulher! Madrinha, socorro mulher! Amada, socorro mulher!