Num receptáculo inquebrável de apetites castrados tenta olhar pra fora mas só vê a si com olhos costurados
Me diz pra onde foi? Havia um horizonte Me diz pra onde foi? Existo realmente?
Sempre como antes Nada "novo" é novidade Nada é "novo" de verdade Sempre como antes O retorno ao recomeço O inferno são os outros
Sobre sua urna levitando em transe olhar estático, roubado cercado de abutres Deitado em pregos o faquir asceta só quer um momento que valha a pena
O quebra-cabeça enfim está montado mas a última peça não encaixa A frustração de uma vida inteira dedicada a uma obra inacabada
Particionados em aquários solitários conversam movendo bocas por hábito
"- Replicar o mais do mesmo, fim-começo separar real e incerto em pesadelos... "
Sempre como antes A palavra é glossolalia Somos muitos nessa alma
Andando em brasas engolindo pecados olhar distante, impreciso peito mumificado Deitado em pregos o faquir asceta projeta-se ao céu sem medo do incerto
Sempre como antes frente ao poço de desejos sem saber o que queremos Sempre como antes repetindo os mesmos erros acusando o imperfeito
Em sua urna nadando em cinzas o invencível não se alcança no invisível
Compositores: Fabio Luiz Altro Soga (Nene Altro), Marcelo Jose da Silva (Tyello), Marcelo Verardi, Jose Augusto Ribeiro (Guto Ribeiro), Julio Cesar dos Santos (Julio Santos) ECAD: Obra #14286419 Fonograma #12201545