Monstros Contra O Sistema
Você criou o caos, isso é problema seu,
Eu sinto muito em desordem, diz que o culpado sou eu,
Aqui não, eu já conheço o seu jogo pra reforçar,
Pois no esquema a Globo, sobrevivência está a toda,
Sou filho da favela, jamais vou imitar burguês,
Pois ando com as minhas próprias pernas,
Mas esquece a mentira de que periferia é errada,
Aqui não se fabrica álcool muito menos arma,
E você trás pra nós o genocídio camuflado,
Onde só morre pobre e o mesmo é o culpado,
Muitos não enxergaram que a Globo é só ilusão,
Desinformação, falsa estatística, que abala os povos de mente vazia,
Você quer seqüestrar os cérebros e acabar com famílias,
Periferia se liga!!!
No capitalismo o que é filosofia?
Dinheiro é mais importante que a família,
Nossa velho, eu paro pra pensar e fico louco,
Não sei o motivo e nem a bronca dos outros,
Ninguém é santo, ninguém é bobo,
Pra idolatrar a porra do calabouço,
É complicado você querer andar na moda,
Imitar alguém, se crescer com o que não tem,
Nossa velho, os carniceiros tão aí,
Com a navalha na mão se confundindo como irmão,
Então eu fico na minha humildade,
Andando certo e correndo com a verdade,
Eu não to nem aí pra quem fala mal de mim,
Até diz que eu não presto,
O rap é o terror e a rima é o protesto.
Protesto, verdade, verdade não dita,
Dificuldades contidas, verdade omitida, psicologia,
Um cérebro novo muda as páginas do dia á dia,
Periferia constrangedor preconceito,
Conduz o preto á submissão, de mãos atadas,
Mas com os pés no chão sem reação,
Comendo o pão que o Diabo amassou,
Sobrevivendo no gueto do jeito que o Diabo gosta,
Em meio a prostituição, armas, drogas,
Nasceu, cresceu, com tantas turbulências,
No abandono com fome, com ódio, com frio,
No calçadão da capital mágica do Brasil,
SP, quem não viu, moleque descalço, guerra civil,
Menino do Rio, de toca na cara empunhando um fuzil,
Menino do Rio, soldado do morro trocando tiro com a polícia civil,
De frente ás câmeras espanca, espanca o refém,
Exibe sua arma HK calibre de alta potência,
Elite exige a tropa de inteligência,
Extrema emergência, fita de vida ou morte,
O ladrão mata o refém se não levar os malotes,
Chega o transporte, repórter pra filmar a cena,
Verdade, verdade não dita.
Ao acordar acabou meu bem estar,
Enterraram nossas vidas num cemitério, jamais vivas,
Os mortos vivos que atracar no inferno o sistema,
O lugar parasitar, vim fazer minha caminhada,
E já que estou por que vou? O barato é doido,
Já não basta o dia bom de capa preta que martelou,
Somos cupins de concreto, espinhos de barra de ferro,
Nossa vida em progresso, liberdade é o que mais peço,
Nos libertar, Satanás não é leão,
As grandes feras estão libertas, loucas na selva de pedra,
Erva pros manos do quebra, agem com cautela,
Ao chegar na fé estilo que nem Mandela,
Pisou, maltratamos o cimento,
A cada soco, 4 dedos, Robocop levanta vôo,
O que fundou, puxou, o vermelho veio junto,
Com gostinho lá do mundo e no tatu quero ir mais fundo,
Mas como pode, o passado do homem é forte,
Mais um trampo que caiu, invadiu, os plaumobil,
Nada disso me intimida, no outro dia é nós na ativa,
Sobrancelha de mosquito deu visão á vários tiros,
Televisão não tinha não, pois os carcereiros estão livres,
Olha a onça na ilha, está presente na atitude,
Por favor não se descuide, vamos lutar,
Portão inçado, o cavalo louco despinguelado,
Depois de algumas horas fomos recapturados,
Ta forjado e assinado o 121,
Fuga, danos aos patrimônios mim,
Não to nem vendo, vamos lá jogar tudo para o ar,
Bateu na trave, Bin Laden estourou na norte,
Cabum na 45 vários manos, quadro forte,
Olha o bonde não se esconde,
Independente que é da cara ou de ser longe,
Lealdade, humildade, atitude, proceder,
O lema é a paz, justiça, liberdade.
Compositores: Jefferson Luiz Damaceno da Silva (Mikimba), Nisio Ferreira da Silva, Ricardo Ferreira de Souza (Mago Abelha), Alessandro Almeida Souza (Grand)
ECAD: Obra #2841538 Fonograma #1543620