Alô, moçada, estou chegando aqui agora Venho vindo lá de fora e não posso demorar Eu sou mineiro, sou caboclo impertinente O meu pai era valente, também gosto do azar
Eu sou filho de um tal de parada dura Que só anda em noite escura, osso duro de roer E agora, minha gente, abre ala Vou fazer chuva de bala, meia dúzia vai morrer
Aonde chego que só vejo união Juro que não acho bom e minha orelha logo esquenta Então eu ponho meu trinta pra estourar E juntos todos vão tomar uma pinguinha com pimenta
Se por acaso alguém recusa de beber Meu sangue começa a ferver, já dou inicio à brincadeira Daí em diante não se vê ninguém em pé Só vê homem e mulher misturado na poeira
Eu sou mineiro lá do oeste de minas Nem o tempo me domina me chamo quebra topete Um dia desses surrei trinta camaradas Só na base da pernada, pontapé e telequete
Eu já fiz estrela trocar de lugar Fiz a Lua apagar e o Sol virar balão Fiz tudo isso, mas fiquei embaraçado Pois agora estou trancado nas grades de uma prisão
Compositores: Delfim Costa (Delmir), Carlos Alberto Mangabinha Ribeiro (Mangabinha), Lauzaro Berchor do Amaral (Rancho Fundo) ECAD: Obra #6259 Fonograma #3834488