Destinatário Anônimo

Muro

Destinatário Anônimo

Comporta


O meu pai me falava da coisa do mundo
E um dia falou do que eu conto a vocês
O meu pai era cego mas nunca era triste
E ninguém jamais esqueceu o que fez
Morava no teto de uma parede
Ele me ensinou essa mesma lição
Hoje eu canto a você que entende
Que o muro caia nesta nação

O meu pai me falou que existe uma luta
Mesmo para aquele que finge não ver
Também me falou que quem finge que escuta
O lamento do outro não sabe viver
Quem teme perder já está vencido
E eu sigo o caminho dessa afirmação
Vivia uma vida que não tinha sido
Senão uma morte sem ressurreição
Uma vida inteira de segunda-feira
E toda a besteira da televisão
Eu conheci o muro que separa o mundo
Sabendo que um dia ele iria ao chão

E desce o muro (oia!)
E sobe o muro (oiê!) x3
E desce o muro, oia

E eu passei a viver com essa religião
Se meu pai era Deus, sob seu santuário
Deixaram os corpos da Inquisição
Se meu pai era homem que já viu salário
Por que ainda havia escravidão?
O meu pai era céu, era sol, era luz
Que vem pra rasgar toda escuridão
Porque a Arte foi feita pra ser incriada
Não pra virar comercialização
A Arte Foi Feita Pra Ser Incriada
E Não Pra Virar Comercialização!

E desce o muro (oia!)
E sobe o muro (oiê!) x3
E desce o muro, oia

(Oportunidade não deve ser trave
Que trave a vida da nossa nação
Oportunidade não vive liberta
Mas condicionada à sua produção!)
O meu pai era cego, mas nunca era triste
Havia ainda quem viesse então
Dizer que a Utopia, em verdade, não existe
E não passaria de uma ilusão
E como falar sem fazer que hesite
De um fariseu sua convicção
Se ele era cego, e foi ele quem viu
Qual o caminho da educação?

Mas meu pai sofria de alucinação

É terceira língua e superior
Para quem só come arroz e feijão
É escola de base, de classe, de luta
Que pra criança é imaginação
É o romance da droga, do vício, da morte
Não ser pro jovem uma sedução
É o vício da gente em construir parede
Quando separar só traz desunião

E desce o muro! (oia!)
E sobe o muro! (oiê!) x3
E desce o muro, oia

O meu pai me falava da coisa do mundo
E um dia falou do que eu conto a vocês
Eu vi a escola que há no Futuro
Eu desci do Muro e entendi a Lei
A vida é injusta, a história sem glória
E a honra não existe pra quem é refém
Por isso eu desci dessa gente indecisa
Hoje te ajudo a descer também

De cima da fresta, de cima do muro
De cima da festa, de cima do muro (x2)
E desce o muro (oia!)
E sobe o muro (oiê!) x2
(De cima da fresta, de cima do muro
De cima da festa, de cima do muro)
E desce... e desce... e Desce... E Desce
E Desce! E Desce! E Desce, E Desce, E Desce!

Compositor: Daniel Batista

Letra enviada por Destinatário Anônimo

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