essa conduta de dizer que não tem escolha é muito simples é bem mais fácil pedir desculpa por tirar o corpo fora do que encarar o que rola aqui e agora inconsciente da sua capacidade e força transformadora negar a responsa ficar à toa enquanto a vida voa não se envolver de verdade não se expor com medo da dor dar pouco e receber menos da metade depois lamentar porque já ficou tarde acorda tira essa corda do pescoço não adianta estar morto nem resolve andar torto encosto perdido no vago do próprio umbigo cansado sugado querendo achar um culpado sempre a mesma conversa de que tá tudo errado que a sociedade não presta acredite a sociedade começa na sua testa
no fundo de cada um pulsa um novo mundo cada indivíduo é um universo vivo e você mesmo seu maior inimigo no fundo de cada um pulsa um novo mundo cada indivíduo é mais uma peça que completa essa equação complexa
apesar dos limites do que é ser humano da mesmice do cotidiano engano da fome da guerra da vida dura e do que quase não tem cura a escolha é sua e quem não escolhe se ferra submerge na treva se estrepa desespera pára e se espera o fim ou talvez uma próxima era perde as melhores surpresas que o acaso reserva fica de presa que não se preza de cara feia como quem comeu com pressa se bobear se fecha numa única idéia pensando que descobriu a América sem saber que quanto mais rija mais fácil a vara se quebra
sem contra indicação pra gente de qualquer cor credo ou classe social isso é protesto pessoal pelo progresso universal pra botar as canelas de fora lavar as almas sebosas exorcizar as cismas desentranhar os traumas num canto xamânico mântrico ritmo frenético dançando destemido com o destino [sobre o concreto] a céu aberto de espírito desperto e a criatividade é o melhor remédio a cura pro tédio insere a rima rica no seu verso engendra energia nova no seu cérebro amar é o tratamento certo é a possibilidade da descoberta de um outro universo que antes era apenas poeira elétron no caos disperso a procura de seu inverso pra se fazer completo é saber tirar a paz da guerra sentir o sangue correr nas veias e artérias encontrar alquimia química quimera? conhecer todos os estados físicos da matéria sentir a fusão dos lábios na pulsação dos corpos movimento básico em conexão com o cosmos sugar a seiva a saliva gozar celebrando a vida que grita em explosão magnífica
Compositor: Iara Espindola Renno (Iara Renno) ECAD: Obra #1187516 Fonograma #841233