Chega de poesias bobas Tentar juntar palavras Mesclar fato e conceito Ser poeta e ser de novo Alguém sem chão Doido para viver tais conclusões
Chega de ser um grande artista Fazer da vida um palco Morar nesse Teatro Ser platéia, ser palhaço, e ser vilão E encenar seu próprio coração
Já dei as caras Vivi milhões de Vidas Fui Deus e Fui Diabo Fui Paz e violência Fui concreto, abstrato e fui razão Fui mágoa, inocência e compaixão
Quando era noite E o tempo não passava Sentado em frente a rua Ou de cima da Janela Entre livros , gestos , restos, conclusões Eu percebi que tudo era tão simples
Tantos lados para se enxergar só um E do fim trazer silêncio em cada olhar Tanta espera para que nela eu visse cor E encontrasse algum sentido para o sorriso Antes velho e cansado
Enquanto eu peço socorro e busco a fé Perdida em meias verdades eu sempre encontro a dor E minto, que esqueço, e que engano em bancos de salas de espera Alguma resposta que explique tudo e me deixe na Terra
Mas nada sério Confesso estar surpreso, Sem rumo e sem Defeito De mão e de compasso Firme e forte ao lhe girar com precisão Eu contornei os traços da ilusão
E fui em frente Sem hora e sem desculpas Sem dia de chegada Da luta eu fiz minha casa Outra vez sincero Insisto em sorrir Sou a imagem do espelho a refletir O que sou