Que se perdeu no fogo Se acha nas cinzas Humildade é rua reta E não faz esquina
Levanta sai andando Lava o rosto e caminha Vaidade traiçoeira Aos poucos vem te domina
Orgulho cria monstros Que te engole aos poucos Se acha melhor que tudo Se vê maior que todos
Com superpoderes De mudar todo o mundo Grande ser iluminado Pensamentos profundos
Volta pro começo pra se reencontrar Aquele garoto pobre, o que que ia achar Vaidade transforma, arrancou seus princípios De moleque humilde pobre a rico e pobre de espírito
Corre no espelho pra se reconhecer Precisa muito esforço pra conseguir se ver Esqueceu da quebrada já nem passa por lá Se é assim tá suave, melhor então nem colá
Esconde as origens e de onde saiu Os manos cumprimentam ele finge que não viu Tá bom se é assim, eu também tó ligado Passa aqui batido nem olha pros lados
A veinha tá lá, tá no seu barraquinho O espera rezando a volta do seu menino Não é esse daí que se transformou E sim o moleque bom o que ela criou
Rezava o pai nosso antes de se deitar Comia pão de ontem pra fome passar Era um só tênis pra ele e a irmã Usa na escola de tarde, ela usar de manhã
Levantava cedo pra ajudar o pai Carregar caminhão ele achava demais Mais que aconteceu, porque mudou tanto assim Sentava na classe bem pertinho de mim
Nem é o mesmo cara, da Cohab pra lá Não divide um pão, prefere deixa estragar Não visita a Mãe, quase nunca vai lá Largou com a irmã pra ela cuidar
Não reza um amém Não ajuda ninguém Não pratica o bem Esconde o que tem Quer viver até cem Pra gastar o que tem Não deixar pra ninguém Se assim, tudo bem
Entre hoje e o amanhã não se sabe o que vem Um dia tudo passa e você também Dinheiro é bom e abre caminhos Mais quando acaba, cê si vê sozinho
Se acha burguês, então vai lá Cola com os caixa alta vê se vão te aceitar Se é pé de barro, manjam só de te olhar Tão menosprezando e você nem pra notar
Pode esnoba cada um com seus guia O que se espera de quem abandona a família Só quero ver e na hora da pane O preço é bem alto se rejeita o sangue
Você pode tentar, até passa um pano O fato que você só está se enganado E com o com tempo vai reconhecer Que você sai da quebrada, quebrada não sai de você