"Aquela pobre vaquinha indo pro matadouro Tão velha e magra que tem os ossos furando o couro Parece que ela dizia que caminha para o fim Se ela pudesse dizer talvez ela diria assim"
Meu boiadeiro me levando a morte Dei minha vida para lhe ajudar Meu leite puro é que matou a fome De seus filhinhos que ajudei criar
Os meus filhinhos você levou embora Uns para o corte outros pro estradão Puxando carro pelo chão do mundo De dor sangrado pelo seu ferrão
Um obrigado eu esperava ouvir agora Porém só ouço a chicotada da partida Meu coração entristecido está chorando A ingratidão de quem tanto ajudei na vida
Hoje estou velha pra mais nada presto A minha morte só lhe satisfaz Vivi a vida só lhe dando lucro Sem o direito de morrer em paz
Quando sua faca atravessar meu peito E o meu sangue escorrer na mão Por sua pobre ignorância humana Meu boiadeiro lhe darei perdão
Um obrigado eu esperava ouvir agora Porém só ouço a chicotada da partida Meu coração entristecido está chorando A ingratidão de quem tanto ajudei na vida
Após a morte eu serei seus passos No seu calçado feito com meu couro Serei o cinto pra enfeitar madames Serei o bolsa pra guardar seu ouro
Compositores: Jose Fortuna (Ze Fortuna), Joao Doracio (Carlos Cesar), Oswaldo Bettio ECAD: Obra #2803 Fonograma #3091633