No picadeiro da praça ele surgiu, Seguiu no ponto a rotina à risca Malabarista do asfalto, e alguém previu: Lá vem o salto em que ninguém pisca
Marcou seu ponto com cal, se banzeu "Ai, valei-me deus!" Quatorze facas no ar, aro em flor, deixa ver, vai saltar Estende o chapéu no chão, suspende a respiração Seu coração custa a crer que o corpo pode voar Miséria aqui escolheu seu destino
Afina o salto mortal, mede o céu, guarda o medo e a dor Seu show que vale um real, começou, escorreu seu suor Transcende a aglomeração, acende a revolução Agora que eu quero ver, quem pode me acompanhar Quem pode o tempo esquecer deixando a vida levar Quem pode o risco correr, só pra poder se arriscar
No picadeiro da praça ele saltou, Voou, deixou na rotina a risca Malabarista do asfalto e alguém falou: "Vê que tão alto é um golpe de vista"
Rasgando a pele do ar, raspando o fundo da fé Fazendo o mundo girar, do jeito que a vida quer Vai dando a volta por cima, a fome não desanima O salte-se quem puder E quando cai, diz no pé Que quando cai, cai de pé E quando cai, diz no pé
Compositores: Eduardo Renno Kneip (Edu Kneip), Mauro Martins de Aguiar (Mou Aguiar) ECAD: Obra #1433351 Fonograma #1759910