Eduardo Costa

Peão

Eduardo Costa


Diga, você me conhece
Eu já fui boiadeiro
Conheço essas trilhas
Quilômetro, milhas
Que vem e que vão
Pelo alto sertão
Que agora se chama
Não mais de sertão
Mas de terra vendida
Civilização

Ventos que arrombam janelas
E arrancam porteiras
Espora de prata riscando as fronteiras
Selei meu cavalo
Matula no fardo
Andando ligeiro
Um abraço apertado
E um suspiro dobrado
Não tem mais sertão

Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino, boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão

A fogueira à noite
Redes no galpão
O paiero, a moda
O mate, a prosa
A saga, a sina
Causo e onça
Tem mais não
Ô... peão

Tempos e vidas cumpridas
Pó, poeira, estrada
História contida
Nas encruzilhadas
Em noites perdidas
No meio do mundo
Mundão cabeludo
Onde tudo é floresta
E campina silvestre
Mundão, caba não

Sabe que um bom viajante
Nada é distante
Um bom companheiro
Não conto dinheiro
Existe uma vida
Uma vida vivida
Sentida e sofrida
De vez por inteiro
E esse é o preço pra eu ser brasileiro

Os caminhos mudam com o tempo
Só o tempo muda um coração
Segue seu destino, boiadeiro
Que a boiada foi no caminhão

A fogueira à noite
Redes no galpão
O paiero, a moda
O mate, a prosa
A saga, a sina
Causo e onça
Tem mais não
Ô... peão
Compositores: Almir Eduardo Melke Sater (Almir Sater) (ABRAMUS), Renato Teixeira de Oliveira (Renato Teixeira) (ABRAMUS)Editor: Warner (UBC)Publicado em 2017 (03/Out) e lançado em 2017 (05/Out)ECAD verificado obra #53059 e fonograma #14196367 em 20/Abr/2024 com dados da UBEM

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