Se ser honesto é copiar a elite escravagista Traz pra mim a traca, com mil cartuchos na fita Sou mais ser um al capone sem direito à fiança Do que imitar a classe que estupra três em dez crianças Se mostra o desrespeito aos descartados da sociedade Jogando seus ossos no fundo de faculdades Seu capitalismo arrastou joão hélio pelo cinto Gerou o resgate no fórum com tiro no menino Se sua carta de intenção no vereador cuzão Que quer atirar mendigo no mar pra servir de ração Se lembre da fala do jornalista da tv Pros amarildos não tem comissão de direitos humanos, oab Ela não tá presente quando afogam no distrito Quando a polícia arranca olho de suspeito ainda vivo Na galáxia da fome, a filantropia que eu vejo É dos manos que bancam enterro ajudam a família de preso Em vez de seleção torci pras células-tronco Que curam ganglios estatais em tendões, pele e ombro Pra que no itaú não tenhamos que percorrer andares Abrindo cento e setenta cofres particulares O boy nunca vai participar da justiça reparativa Que põe frente a frente agressor e vítima Porque sabe que o rolê em aspen no teleférico Vem do ossário municipal e dos corpos esqueléticos
Tô no front enfrentando a ameaça da minimi Pra massa frontal e occipital não virar mansão no morumbi A missão é ter mormaço e muro nos metros quadrados Erguidos com ossos de flagelados descarnados
Se cada sobrevivente escrevesse suas agruras Tinha milhões de diários de anne frank nas ruas Manuscritos sobre filho escondendo automática Na esperança do pai desistir da agência da caixa Sobre fugitivo fingindo o próprio falecimento Comprando corpo não reclamado pro reconhecimento Nosso status de humano foi reduzido A número com sistema respiratório e digestivo Dessa forma furo em parietal acaba no inquérito Zero por cento das matanças viram processos Igual em yale, em toda universidade tem um grupo Que faz pacto secreto pra controlar o mundo Pra livro lido ficar no b, na ordem alfabética Enquanto a indústria bélica tá no w na favela Beretta, boito, heckler & koch, indep Llama, mauser, uku iw e winchester Não era pra nós tá na mira da divercar pelo doblô Revendido pro dono por dez por cento do valor Era pra nós tá derrubando estátua de genocida Apagando seus nomes imundos de ruas e avenidas Quando denuncio as tragédias que assolam o brasil Me sinto lamarca na kombi recheada de fuzil Me sinto decapitando o 171 do voto Que se elege pra morar no bairro urbanizado Com os nossos ossos
Tô no front enfrentando a ameaça da minimi Pra massa frontal e occipital não virar mansão no morumbi A missão é ter mormaço e muro nos metros quadrados Erguidos com ossos de flagelados descarnados
No país onde o álcool é a droga que mais mata Vapor é exposto como inimigo da pátria É hilário ser procurado por vender baseado Quando o comerciante de brahma É chamado de empresário Nosso erro é por a cocaína na sacola Quando ela é só permitida na lata de coca-cola Conheça o muro da lamentação com eppendorf Filmado pela guarnição pronta pra dar o bote Sei onde é alicerçado o império do doutor Que pode ter mil ar-15 como colecionador Lamento bacana mas não vou jogar estrume em protesto Vou entrar de veloster clonado no seu prédio Com uma loira no volante no país racista É pane na segurança armada por especialista Por enquanto é só ônibus incendiado No futuro prevejo uma pá de carro bomba detonado Explosivo furtado da pedreira implodindo muralha Preso liberto em troca de autoridade canalha Vou acreditar num representante do estado Quando o gaec expôr a ficha do judiciário Quando o corregedor não der pro goe a localização Do que viu o asfixiamento depois da rendição Só deixo o posto de pesadelo dos ricos mafiosos No dia que o bugatti não for comprado com os nossos ossos
Compositor: Carlos Eduardo Taddeo (Eduardo) ECAD: Obra #11982228 Fonograma #10406733