Quanta frieza será que põe a mesa? Mas tenho a nobreza cercada de incerteza Olhos desconfiados fitam com cuidado Indiferentes ao que acontece ao lado Eis que surge a massa de manobra Indo pra lida, voltando da obra E outros que se vêem como reis do escritório Melhores? Hahahahahahaha Será que não percebe aqui tá tudo igual Independente de mil ou se só tem um real Calor humano só mesmo no vagão Mas pela lotação e não por compaixão Vão prensados em vão é cada um por si Uns brigam pra entrar e outros pra sair E eu to aqui vendo tudo calado Sem saber do meu calor ou se to congelado
Se um novo dia vem eu tenho que escolher Se algumas horas tem o que posso fazer Mais que um lugar ao sol quero me aquecer Quero poder viver quero fazer valer mais
Quarenta graus dentro do vagão E a frieza no coração Ah se a raiva que hoje faz nosso povo se matar Um dia for canalizada, e transformada em vontade de mudar
Que a vida não me torne frio como as noites de inverno em sampa Que as linhas da vida seja como as linhas de um velho samba De bamba a pampa Sem drama com grana Só o necessário pra ser o oposto do significado O que é trabalho? No que meu tempo gasto No que o tempo nos torna em busca de uns trocados Fazendo o que não gosta olha ao redor nota Tá conseguindo ver? Reza pra não ter passado a hora de viver Num momento que seja que a luz nos aqueça Que ainda tenha escolha e que a idéia venha faça o que quer fazer Larga o que te prende corre vai viver
Se um novo dia vem eu tenho que escolher Se algumas horas tem o que posso fazer Mais que um lugar ao sol quero me aquecer Quero poder viver quero fazer valer mais