Com mil e oitocentos bois Eu saí de Rancharia Na praça de Três Lagoas Cheguei no morrer do dia
O sino da igrejinha Numa estranha melodia Anunciava tristemente A hora da Ave-Maria
Eu entrei igreja adentro Pra fazer minha oração Assisti um quadro triste Me cortou meu coração
Um pretinho aleijado Somente com uma das mãos Puxava a corda do sino Cantando triste canção, ai, ai
Aquela alma feliz Era espelho à muita gente Que tendo tudo no mundo Da vida vive descrente
O meu negro coração Transformou-se de repente Ao terminar minha prece Era um homem diferente
Noutro dia com a boiada Saí de madrugadinha Muitas léguas de distância Esta notícia me vinha
Um malvado desordeiro Assaltou a igrejinha E matou o aleijadinho Pra roubar tudo o que tinha, ai, ai
O sino de Três Lagoas Estava silenciado E eu com meu para-belo Andava atrás do malvado
Voltando nessa cidade Vi o povo assustado Diz que o sino à meia-noite Sozinho tinha tocado
Quando entrei na igrejinha Uma voz pra mim falou Jogue fora essa arma Não se torne um pecador
Tirar vida de um cristão Compete a Nosso Senhor Conheci a voz do pretinho O meu ódio se acabou, ai, ai
Compositores: Luiz Raymundo (Luizinho) (UBC), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) (UBC)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2016 (20/Set) e lançado em 1977 (21/Jun)ECAD verificado obra #3588780 e fonograma #12664767 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM