Lá vem o Vitor, solito entrando no M'Bororé e um cusco brasino ao tranco na sombra de um pangaré chapéu grande, lenço negro jeitão calmo de quem chega na tarde em tons de aquarela lembra um quadro do Berega o flerte troteando alerta bufa e se nega pros lados e uma perdiz se degola no último fio do alambrado apeia na cruz da estrada e o seu olhar se enfumaça saca o sombrero em silêncio por respeito a sua raça.
Lá vem o Rio Grande a cavalo entrando no M'Bororé là vem o Rio Grande a cavalo que bonito que ele é. (bis)
Procura a volta do pingo e alça o corpo sem receio enquanto uma borboleta senta na perna do freio inté entrete o cristão que se manda campo a fora mirar a garça matreira no seu pala cor de aurora Pois lá num rancho de leiva que ele ergueu com seu suor fica um sonho por metade de quem vive sem amor num suave bater de asas cruza um bando sem alarde e as garças e o Vitor somem lá na lonjura da tarde.
Lá vem o Rio Grande a cavalo entrando no M'Bororé lá vem o Rio Grande a cavalo que bonito que ele é. (bis)
Compositores: Elton Benicio Escobar Saldanha (Elton Saldanha), Jose Joao Sampaio da Silva (Joao Sampaio) ECAD: Obra #4418 Fonograma #810148