Amazan: - Ô menino, tu é de onde? Brazza: - Eu sou de São Paulo Amazan: - Ôxi, de São Paulo? E por quê que tu tá cantando repente aí meu filho? Brazza: - Eu canto repente também Amazan: - Qual é o teu nome? Brazza: - Fabio Brazza Amazan: - Fabio o quê? Brazza: - Fabio Brazza! Amazan: - Ah! Fabio Brazza
Perdoe se eu venho da cidade se eu não tenho intimidade com as coisas do sertão Perdoe se toda minha cultura veio da literatura e se meu verso é sem razão Eu sou do rap do repente da embolada e na rima improvisada meto tudo na cumbuca E se duvída me convida pro duelo que amigo eu não amarelo e nem fico de butuca Rima maluca, que me educa e me completa Eu sou poeta, e a minha dieta é seleta A minha meta, não é tocar na discoteca Mas fazer samba como os do Zeca sem deixar cair a peteca Pra ganhar a minha beca de bacharel, sim senhor E o anel de doutor, como Noel e Sinhô Ismael, Mano Heitor Tudo isso com um toque de Gabriel Pensador E se preciso a gente arrisca no cordel Até sai faísca, quando a caneta trisca no papel E pra mostrar toda artimanha pego Caju e Castanha e coloco lá no flow do Big L
Eu sou, Brasil de Norte a Sul E até me atrevo no baião no frevo e no maracatu Sentiu? Eu sou, do rap repente meu bem Eu sou, do samba bamba também E tudo aquilo que vem do meu Brasil, Brasil
Viva o Nordeste inteiro E esse povo que me orgulha de ser brasileiro Viva Caymmi, Lenine, Zumbi, Antonio Conselheiro Chico Science, Caetano, Gil, Jackson do Pandeiro Viva Raul, o baião, o samba, o frevo Maracatu e todo batuqueiro O acarajé, caruru, abará, sururu, baião de dois todo seu tempero Salve! O verso de rapadura Castro Alves e Graciliano Ramos na literatura Toda essa bravura, toda essa beleza e riqueza de cultura Viva Patativa e sua mente criativa voz ativa do Nordeste, a saliva que regou o agreste Viva, cada cabra da peste por seu legado Viva Luiz Gonzaga e Jorge Amado Nordeste, muito obrigado! Sua sina é Suassuna É seu povo arretado É seu povo arretado
Eu sou, Brasil de Norte a Sul E até me atrevo no baião no frevo e no maracatu Sentiu? Eu sou, do rap repente meu bem Eu sou, do samba bamba também E tudo aquilo que vem do meu Brasil, Brasil
Eê, oô foi pandeiro que chamou Eê, oô brasileiro que chegou! Eê, oô tem tempero tem sabor, sim senhor Ooô, foi pandeiro que chamou
Amazan: - Mas não é que tu canta mesmo? Eita paulista arretado esse Fabio Brazza!
Compositores: Leonardo Henrique Vereda Cunha (Leo Cunha), Fabio Reboucas de Azeredo (Fabio Brazza) ECAD: Obra #14676316 Fonograma #12471674