Anos sessenta no Brasil e mais de quinhentos mil; Procurados, torturados, cassados e massacrados; Por motivos políticos, não é conto de fada; História pra criança, é o demônio de farda; Promovendo a matança; Aqui é Face da Morte resgatando as lembranças; Desse passado sujo; Escrito com sangue durante os anos de chumbo; Os movimentos sociais, culturais; Trabalhadores, estudantes e mais, artistas intelectuais; Todos correndo atrás da democratização; Da cultura e educação pensando no futuro; Foi implantada a lei de remessa de lucro; Durante a gestão do presidente João Goular; Discutiu-se amplamente a reforma agrária; Tendo como referência as ligas camponesas; Então organizadas por Francisco Julião; Isso causou o desespero da elite brasileira; E o capital estrangeiro se sentindo ameaçado; Resolveram revidar; Implantando o terror da ditadura militar; Que de cara permitiu dez mil funcionários públicos; Prendeu quarenta mil, destruiu vinte e cinco mil livros; Cassou os direitos políticos de dois mil e setecentos; Malditos, nojentos, sem respeitar as condições humanas mano; Bombas de gás, muitas armas, cavalos, espadas; Dessa forma começava a ditadura da farda.
(8x) Abaixo á Ditadura.
Pra se consolidar no poder os militares malditos; Destruíram treze partidos políticos; Criaram as leis de imprensa e segurança nacional; Mas ainda era pouco pros cavaleiros do mal; Sem respeitar a dignidade destruíram sindicatos; Jogaram a CGP na ilegalidade; Enquanto isso aí sim se institucionava a desgraça; Os centros de morte e tortura uma loucura realmente; Mas não pense que o povo não lutou; Por que o povo lutava através de passeatas, de greves; Manifestações diversas acontecem; A UNE assume a vanguarda do protesto; O processo é mais que louco; Em quanto isso no calabouço morre Edson Luiz; Seu sangue foi a chama que acendeu o pavio da Passeata dos Cem Mil; E na rua o povo clama; Vem, vamos embora que esperar não é saber; Simbolizações do PC o Partido Comunista, se liga nessa lista; MR8, COLINA, POLOQUITA; Logo mais ALN e o POC entre outras; Fazendo dura a resistência contra a ditadura; Assaltos á banco para financiar a luta revolucionária; A invasão de rádios para a divulgação de manifestos; Seqüestros de diplomatas para serem trocados por revolucionários; Enquanto o Pelé fazia gol lá no México; Nas ruas do Brasil o povo enfrentava um exército; Choques idealistas vendidos pela mídia como terroristas; Cassados, torturados, muitos deles pagaram com a vida; Vítimas da ira; Que morreram pela Pátria durante o massacre da farda.
(8x) Abaixo á Ditadura.
Em setenta e quatro ressurgem as passeatas, as greves e os atos; Cada vez mais altos os clamores; Donas de casa, estudantes junto com trabalhadores; Sindicatos e setores progressistas da Igreja sem dar moleza; CNBB, ABIOT, valeu UNE; Todos juntos contra a fome e as espadas na era da farda; As torturas e as mortes como a de Vladmir Herzog; Jornalista de brilho, trabalhador Manoel Fiel Filho; Coisa de louco, a luta pela anistia vai ganhando aos poucos; Balançando a estrutura; O governo acuado já fala em abertura; Mas a elite se segura sangue bom; Promove atentados á bomba contra jornais de oposição; Personalidade se entidades democratas; Não tem mais jeito ta acabando o regime da farda; Finalmente em oitenta e quatro eles abaixaram suasarmas; Um civil assumiu; Mas muita gente que sumiu ainda não foi encontrada; Paradeiros á desvendar, muitos mortos á enterrar; As armas frias derramaram o sangue quente dessa gente da gente; Esse sangue na terra nunca mais se apaga; Essa ferida no peito no Brasil nunca vai sarar; Será que um dia a gente apura; Toda sujeira que rolou nos porões da ditadura.
Compositor: Erlei Roberto de Melo (Aliado G) ECAD: Obra #511424 Fonograma #557513